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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ricardo Werther - The Turning Point

A Volta de Ricardo Werther com o seu primeiro cd solo " The Turning Point".
Ótimo disco e show imperdível!!!!!!
Leia resenha publicada por Jamari França


Ricardo Werther de volta





Foto de Lucio Luna - Divulgação

Nesta quarta o Cinematheque ali em Botafogo recebe o cantor de blues Ricardo Werther, um dos grandes vocalistas de rock e blues do Brasil. Eu gostava muito de sua antiga banda, o Big Allanbik, que tinha outra fera, o guitarrista Big Gilson, hoje um nome que frequenta regularmente o circuito blues dos Estados Unidos. Werther estava fora de circulação, levando a vida em Teresópolis, onde mora, e agora volta às lides em grande estilo com o disco "The Turning Point," todo gravado em inglês. Com exceção de Celso Blues Boy, que soube fazer bem blues em português, as duas grandes formações de blues brasileiras, o Blues Etilicos e o Big Allanbik sempre preferiram o inglês. Na época eu implicava com isso, achava importante que a música produzida no Brasil fosse cantada de maneira que todos entendessem. Celso fez isso, nos shows dele o povo canta as músicas, comunicação em duas vias. Anyway, não há como desmerecer um disco como esse do Werther por ser cantado em inglês. É um álbum que pode rodar tranquilamente na gringa, onde ele já esteve no passado com o Blues Allanbik, passando até pelos Blue Note de Nova York e Chicago.

Os músicos escolhidos misturam as duas bandas citadas. Otávio Rocha (guitarra) e Pedro Strasser (bateria) são do Blues Etílicos; Ugo Perrotta (baixo) e Beto Werther (bateria) do Big Allanbik, mais o pianista de jazz Marco Tommaso. São duas baterias, uma em cada canal e Ricardo atesta que as duas tem arranjos diferentes. A sonoridade é a mais orgânica possível, ele disse que evitou os exageros de masterização da era MP3, mantendo a dinâmica dos instrumentos. Ricardo fala do repertório:

- Eu passei pelo menos seis meses fazendo uma pesquisa histórica para o esqueleto do disco. Em sua grande maioria, os autores são desconhecidos do público de blues. Joe Tex (You Better Believe It baby), Ted Taylor (I Going In The Hole), Geater Davis(Don’t Marry A Fool), George Jackson (Find 'Em Fool 'Em And Forget 'Em ) são alguns deles. Estes compunham muitas músicas para o universo blues, mas nunca tiveram grande exposição. Passaram a ter reconhecimento em gravadoras de soul dos anos 60. Estas músicas foram resgatadas de discos de 45RPM, onde criei uma nova roupagem, mas mantendo a linha de raciocínio original. Curiosidade: Uma delas, "I've Got My Finger On Your Trigger", foi gravada pela primeira vez em 1970 por Slim Harpo, que veio a falecer três meses depois. Não havia registro da música pelos reais autores. Aí, por acaso, ouvindo o disco "Funky London" do Albert King, de 1974, noto uma música chamada "Finger On The Trigger". Pois bem: Andamento e harmonia diferentes, mas a mesma letra. Típico da época. No fim das contas, tive que dar os créditos ao Albert. As outras músicas que diferem deste contexto principal, retratam um pouco do minha 'cultura auditiva', Johnny Cash (Folsom Prison Blues), Neil Young (Down By The River) , Savoy Brown (Give Me A Penny) e dois clássicos do jazz, "Compared To What", de Les McCann e "My Funny Valentine", de Rodgers e Hart. Não queria fazer um disco propriamente de blues, soul ou jazz. Mas um disco de intérprete.








O disco foi uma ralação só para Ricardo, naquela de se virar para conseguir as coisas com ajuda dos amigos, mas valeu a pena. Ele volta com lançamento pela Delira Música com um texto de capa de André Christovam, outro grande nome do blues brasileiro e de Celso Blues Boy. Clique e ouça o disco no My Space.

P.S. Flávio Guimarães, o fera da harmônica, participa em Find 'Em Fool 'Em And Forget 'Em. Lucia Turnbull empresta as cordas vocais em Going In The Hole.


fonte: Jam Session blog do jama de Jamari França

http://oglobo.globo.com/blogs/jamari/posts/2010/04/27/ricardo-werther-de-volta-jimi-hendrix-286890.asp

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